sábado, 31 de julho de 2010

tudo é agora

Não me pergunto mais nada.
hoje não é dia de perguntar
Apenas me cabe aceitar, precavida ,vascilante, mas conformada.
Procurar sentido a cada frase,
especular porques e o não da vida, não  resgata os sins
e nem dá ordem ao caos.
Onde isto me levavia afinal?
estranhamentos acontecem .
O tempo indefectivel, os revela aos nossos olhos.
Tememos descobrir tarde demais o que jamais seria.
Esquece
e lembra.
deixa ir apenas
agora é tudo

Cinthya 31/07/2010

Orgulho e vaidade

  O orgulho é a certeza emotiva da grandeza própria. A vaidade é a certeza emotiva de que os outros vêem em nós, ou nos atribuem, tal grandeza. Os dois sentimentos nem necessariamente se conjugam, nem por natureza se opõem. São diferentes, porém conjugáveis.



O orgulho, quando existe só, sem acrescentamento de vaidade, manifesta-se, no seu resultado, como timidez: quem se sente grande, porém não confia em que os outros o reconheçam por tal, receia confrontar a opinião que tem de si mesmo com a opinião que os outros possam ter dele.


A vaidade, quando existe só, sem acrescentamento de orgulho, o que é possível porém raro, manifestasse, no seu resultado, pela audácia. Quem tem a certeza de que os outros vêem nele valor nada receia deles. Pode haver coragem física sem vaidade; pode haver coragem moral sem vaidade; não pode haver audácia sem vaidade. E por audácia se entende a confiança na iniciativa. A audácia pode ser desacompanhada de coragem, física ou moral, pois estas disposições da índole são de ordem diferente, e com ela incomensuráveis.

 
O livro do Desassossego Fernando Pessoa