Estive no limiar.
Aquela estranha porta branca do entremear de luzes e
içadas velas brancas balançando no ar
como linguas lambendo meus olhos e
se rindo de minha fragil humanidade
fui e voltei
voltei mais forte
celebrando cada respiro
voltei
criando
espaços
cobrindo
telas
de cores e liras novas
agora espero aflita
a vinda
do futuro
e nunca mais ousarei ficar
apenas
expectadora em cima do muro
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Trânsito nas horas
No meio da rua a porta aberta
deixa escapar a
coisa certa
e rangendo nos batentes
estremece
e avisa:
Pior que perder é deixar ir.
é não tentar
Se arriscar não é perigo
perigo é não querer.
Enquanto a noite solene insone se arrasta
o tempo perdido chora
querendo alguem que o traga à hora
e a hora passa distraida
sem perceber
que leva no colo a vida
e transeuntes minutos
desperdiçam
o desejar
entre o pensar e o agir
e assim a espera medrosa
adia e fica
e o tempo que urge
vai se embora
e o que se almeja se perde
e a furia dos dias
deixa escapar a
coisa certa
e rangendo nos batentes
estremece
e avisa:
Pior que perder é deixar ir.
é não tentar
Se arriscar não é perigo
perigo é não querer.
Enquanto a noite solene insone se arrasta
o tempo perdido chora
querendo alguem que o traga à hora
e a hora passa distraida
sem perceber
que leva no colo a vida
e transeuntes minutos
desperdiçam
o desejar
entre o pensar e o agir
e assim a espera medrosa
adia e fica
e o tempo que urge
vai se embora
e o que se almeja se perde
e a furia dos dias
este querer
devora.
sábado, 28 de agosto de 2010
Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde.
Nem sopra a flama antiga nem beber-te
aplacaria sede que não arde
em minha boca seca de querer-te,
de desejar-te tanto e sem alarde,
fome que não sofria padecer-te
assim pasto de tantos, e eu covarde
a esperar que limpasses toda a gala
que por teu corpo e alma ainda resvala,
e chegasses, intacta, renascida,
para travar comigo a luta extrema
que fizesse de toda a nossa vida
um chamejante, universal poema
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Pollyanna
Tenho comigo esta maldita sina de ter esperança.
acredito simplesmente
acredito porque é preciso
Acredito porque ..
não sei porque acredito
só sei que se não acreditasse não prosseguiria
não haveria um dia depois de outro dia,um passo depois do outro,um suspiro depois do ultimo
se nao fosse esta maldita esperança que me faz perpetuar ,estaria ai jogada num canto do mundo
ou a sete palmos
cinica,conformada
infeliz por convicção.
Espero , esperançosa
por pura devoção
Ou como quis Antonio Maria, por profissão
porque é disso que me ocupo diante das mazelas da vida
que me são trazidas todos os dias.
E é sobre estas mazelas ,sofreres que reconstruo vidas
que resgato sonhos
que remendo almas
e as devolvo
pra que flanem desassossegadas pelo tempo sem fim de esperançar .
Poderia esquecer que existirá sempre outro dia depois deste
e que as coisas mudam sempre por pior que possam parecer.
e ao final me observo e pensar assim parece até coisa de filme ou folhetim
me achando ridícula e imatura me pergunto
Como não apodrece a minha crença eterna nos arco-íris
e nos bons porvires ?
Mas por fim,que seja!Me conformo e aqui não mais espero.
Sou,sou teimosa e prepotente na minha esperança
e continuo até que ela ou eu se esvaiam
e definitvamente abdiquem de esperar.
Será?
acredito simplesmente
acredito porque é preciso
Acredito porque ..
não sei porque acredito
só sei que se não acreditasse não prosseguiria
não haveria um dia depois de outro dia,um passo depois do outro,um suspiro depois do ultimo
se nao fosse esta maldita esperança que me faz perpetuar ,estaria ai jogada num canto do mundo
ou a sete palmos
cinica,conformada
infeliz por convicção.
Espero , esperançosa
por pura devoção
Ou como quis Antonio Maria, por profissão
porque é disso que me ocupo diante das mazelas da vida
que me são trazidas todos os dias.
E é sobre estas mazelas ,sofreres que reconstruo vidas
que resgato sonhos
que remendo almas
e as devolvo
pra que flanem desassossegadas pelo tempo sem fim de esperançar .
Poderia esquecer que existirá sempre outro dia depois deste
e que as coisas mudam sempre por pior que possam parecer.
e ao final me observo e pensar assim parece até coisa de filme ou folhetim
me achando ridícula e imatura me pergunto
Como não apodrece a minha crença eterna nos arco-íris
e nos bons porvires ?
Mas por fim,que seja!Me conformo e aqui não mais espero.
Sou,sou teimosa e prepotente na minha esperança
e continuo até que ela ou eu se esvaiam
e definitvamente abdiquem de esperar.
Será?
domingo, 22 de agosto de 2010
Que reste-t-il de nos amours?
Ce soir le vent qui frappe à ma porte
Me parle des amours mortes
Devant le feu qui s' éteint
Ce soir c'est une chanson d' automne
Dans la maison qui frissonne
Et je pense aux jours lointains
{Refrain:}
Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse
Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse
Bonheur fané, cheveux au vent
Baisers volés, rêves mouvants
Que reste-t-il de tout cela
Dites-le-moi
Un petit village, un vieux clocher
Un paysage si bien caché
Et dans un nuage le cher visage
De mon passé
Les mots les mots tendres qu'on murmure
Les caresses les plus pures
Les serments au fond des bois
Les fleurs qu'on retrouve dans un livre
Dont le parfum vous enivre
Se sont envolés pourquoi?
Me parle des amours mortes
Devant le feu qui s' éteint
Ce soir c'est une chanson d' automne
Dans la maison qui frissonne
Et je pense aux jours lointains
{Refrain:}
Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse
Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse
Bonheur fané, cheveux au vent
Baisers volés, rêves mouvants
Que reste-t-il de tout cela
Dites-le-moi
Un petit village, un vieux clocher
Un paysage si bien caché
Et dans un nuage le cher visage
De mon passé
Les mots les mots tendres qu'on murmure
Les caresses les plus pures
Les serments au fond des bois
Les fleurs qu'on retrouve dans un livre
Dont le parfum vous enivre
Se sont envolés pourquoi?
domingo, 15 de agosto de 2010
dementia praecocis
A maldita idade da razão que não me chega nunca.
todos os dias são longos
assim como a razão que não me chega
e minha desrazão que me alucina,
misturando-me do ontem no hoje .
Desespero-me cambiando de lado a lado
pelas profundas lagunas da minha mente
almejando não almejar
desacreditando de todas as armadilhas das emoções arrasadoras,
das pulsões abrasadoras.
Vagueio vazia pelo deserto árido
vasculhando sob cada pedra ou
cova profunda na areia seca,
um vestigio, tênue que seja
um sinal.
Onde se encontra a razão
que me espreita, arisca
querendo se apossar de mim definitivamente?
Que se aposse de vez e me liberte deste
sofrimento
de vagar pisando delírios e febres
e alucinar-te
onde não existes em minha vida.
vem razão e me esquarteja ,
me compartimenta
em possíveis e impossíveis.
expurga de mim
esta deriva
de afetos
e desejos.
Leva-me pra
longe de mim mesma.
Na
calmaria
dos dias insones e sãos.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
urgencia
existe uma estranha urgencia dentro de mim.
como alguem que esta prestes a cruzar uma fronteira.
abrir uma porta lacrada a tempos,
entrando num sotão cheio de segredos.
como alguem que abre uma fenda no tempo
e acorda de um longo coma
e percebe que está vivo.
algo inquietante me atravessa
e me divide e queima
e me espalha em cinzas
aos quatro cantos.
e em extrema pressa
me sussura ao ouvido
e me estremece
dizendo que eu não perca tempo.
como se a pele fosse rasgada
e dela eu emergisse fera,afoita
desconhecida de mim mesma.
e me gritasse: vai!
e fizesse girar em outra direção
esta espiral do tempo.
e me desdobrasse em mares, céus e ventos
havia me esquecido que em mim cabia
tamanha imensidão
sábado, 31 de julho de 2010
tudo é agora
Não me pergunto mais nada.
hoje não é dia de perguntar
Apenas me cabe aceitar, precavida ,vascilante, mas conformada.
Procurar sentido a cada frase,
especular porques e o não da vida, não resgata os sins
e nem dá ordem ao caos.
Onde isto me levavia afinal?
estranhamentos acontecem .
O tempo indefectivel, os revela aos nossos olhos.
Tememos descobrir tarde demais o que jamais seria.
Esquece
e lembra.
deixa ir apenas
agora é tudo
Cinthya 31/07/2010
hoje não é dia de perguntar
Apenas me cabe aceitar, precavida ,vascilante, mas conformada.
Procurar sentido a cada frase,
especular porques e o não da vida, não resgata os sins
e nem dá ordem ao caos.
Onde isto me levavia afinal?
estranhamentos acontecem .
O tempo indefectivel, os revela aos nossos olhos.
Tememos descobrir tarde demais o que jamais seria.
Esquece
e lembra.
deixa ir apenas
agora é tudo
Cinthya 31/07/2010
Orgulho e vaidade
O orgulho é a certeza emotiva da grandeza própria. A vaidade é a certeza emotiva de que os outros vêem em nós, ou nos atribuem, tal grandeza. Os dois sentimentos nem necessariamente se conjugam, nem por natureza se opõem. São diferentes, porém conjugáveis.
O orgulho, quando existe só, sem acrescentamento de vaidade, manifesta-se, no seu resultado, como timidez: quem se sente grande, porém não confia em que os outros o reconheçam por tal, receia confrontar a opinião que tem de si mesmo com a opinião que os outros possam ter dele.
A vaidade, quando existe só, sem acrescentamento de orgulho, o que é possível porém raro, manifestasse, no seu resultado, pela audácia. Quem tem a certeza de que os outros vêem nele valor nada receia deles. Pode haver coragem física sem vaidade; pode haver coragem moral sem vaidade; não pode haver audácia sem vaidade. E por audácia se entende a confiança na iniciativa. A audácia pode ser desacompanhada de coragem, física ou moral, pois estas disposições da índole são de ordem diferente, e com ela incomensuráveis.
O livro do Desassossego Fernando Pessoa
O orgulho, quando existe só, sem acrescentamento de vaidade, manifesta-se, no seu resultado, como timidez: quem se sente grande, porém não confia em que os outros o reconheçam por tal, receia confrontar a opinião que tem de si mesmo com a opinião que os outros possam ter dele.
A vaidade, quando existe só, sem acrescentamento de orgulho, o que é possível porém raro, manifestasse, no seu resultado, pela audácia. Quem tem a certeza de que os outros vêem nele valor nada receia deles. Pode haver coragem física sem vaidade; pode haver coragem moral sem vaidade; não pode haver audácia sem vaidade. E por audácia se entende a confiança na iniciativa. A audácia pode ser desacompanhada de coragem, física ou moral, pois estas disposições da índole são de ordem diferente, e com ela incomensuráveis.
O livro do Desassossego Fernando Pessoa
domingo, 28 de março de 2010
\Imagens da fé
A historia da humanidade após o sec.XVIII com o surgimento da fisica newtoniana, que equivalia o homem a Deus passa a ser rasgada no corte da navalha que a divide entre a ciência e a fé .Assim nosso cotidiano afetivo e mental passa a ser interceptado por esta altercação entre racionalizar e acreditar, simplesmente acreditar.
O fenômeno da fé, dirá a Psicanálise deriva do desamparo original. E é ele que promove a necessidade deste encontro com algo que iluda o ser humano protegendo-o desta cruel realidade. Assim, negar esta necessidade, tratá-la unicamente como algo patológico e reprochável se torna unica resposta possivel diante de eventos inexcrutáveis.
Diante desta negação de significantes o teologo Paul Tillich em A Dinâmica da Fé dirá: "O papel da psicanálise (ao invés de negá-la) é justamente trabalhar sobre os “símbolos religiosos caóticos” resultantes da repressão e das ambigüidades da vida. Por essas vicissitudes, os símbolos assumem, freqüentemente, a posição de ídolos. O trabalho analítico é iconoclasta, e isto abre caminho para a criação de símbolos que remetam além de si, e assim expressem adequadamente uma preocupação incondicional......Se a análise leva à cura por suspender as repressões e por favorecer formações substitutivas mais sadias, também é necessário que ela reconheça a capacidade curativa da dimensão da essência. Nesta acontecem curas que resultam da integração da pessoa como um todo: “Isso só a fé consegue fazer. As tensões entre as duas formas de terapia desapareceriam se elas reconhecessem suas tarefas específicas e seus limites determinados.”
Este mundo da Fé, paradoxal, intrigante e mesmo assustador por muitas vezes revelar capacidades sobrehumanas naqueles que a carregam, tem sido retratado por muitos olhares estetas através dos tempos, acredito que na tentativa de ali desvendar o sentido do poder que comporta.
O fotografo Guy Veloso http://www.fotografiadocumental.com.br/ paraense e captador de imagens desde adolescente é um entre estes mas, impar na capacidade de captar este desamparo concomitante à força poderosa da fè .
Vale a pena para quem puder conferir: em Sampa as fotografias do paraense estarão expostas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) em julho/agosto e farão parte do catálogo da edição 2010 da Coleção Pirelli/MASP de Fotografia, que reproduz as obras incorporadas ao acervo – acompanhadas pela biografia dos autores e um texto de apresentação.
Aqui no Rio sua mostra “Alquimia” irá até o dia 30 de abril de 2010, no Ateliê da Imagem Espaço Cultural . Horário: de segunda a sexta das 10h às 21h, sábados das 10h às 17h, o Atelier fica a Rua Pasteur, 453, Urca (perto do Bondinho), Rio de Janeiro-RJ..Ateliê da Imagem Espaço Cultural no Rio de Janeiro.
Quem tem Olhos para ver que veja.
O fenômeno da fé, dirá a Psicanálise deriva do desamparo original. E é ele que promove a necessidade deste encontro com algo que iluda o ser humano protegendo-o desta cruel realidade. Assim, negar esta necessidade, tratá-la unicamente como algo patológico e reprochável se torna unica resposta possivel diante de eventos inexcrutáveis.
Diante desta negação de significantes o teologo Paul Tillich em A Dinâmica da Fé dirá: "O papel da psicanálise (ao invés de negá-la) é justamente trabalhar sobre os “símbolos religiosos caóticos” resultantes da repressão e das ambigüidades da vida. Por essas vicissitudes, os símbolos assumem, freqüentemente, a posição de ídolos. O trabalho analítico é iconoclasta, e isto abre caminho para a criação de símbolos que remetam além de si, e assim expressem adequadamente uma preocupação incondicional......Se a análise leva à cura por suspender as repressões e por favorecer formações substitutivas mais sadias, também é necessário que ela reconheça a capacidade curativa da dimensão da essência. Nesta acontecem curas que resultam da integração da pessoa como um todo: “Isso só a fé consegue fazer. As tensões entre as duas formas de terapia desapareceriam se elas reconhecessem suas tarefas específicas e seus limites determinados.”
Este mundo da Fé, paradoxal, intrigante e mesmo assustador por muitas vezes revelar capacidades sobrehumanas naqueles que a carregam, tem sido retratado por muitos olhares estetas através dos tempos, acredito que na tentativa de ali desvendar o sentido do poder que comporta.
O fotografo Guy Veloso http://www.fotografiadocumental.com.br/ paraense e captador de imagens desde adolescente é um entre estes mas, impar na capacidade de captar este desamparo concomitante à força poderosa da fè .
Vale a pena para quem puder conferir: em Sampa as fotografias do paraense estarão expostas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) em julho/agosto e farão parte do catálogo da edição 2010 da Coleção Pirelli/MASP de Fotografia, que reproduz as obras incorporadas ao acervo – acompanhadas pela biografia dos autores e um texto de apresentação.
Aqui no Rio sua mostra “Alquimia” irá até o dia 30 de abril de 2010, no Ateliê da Imagem Espaço Cultural . Horário: de segunda a sexta das 10h às 21h, sábados das 10h às 17h, o Atelier fica a Rua Pasteur, 453, Urca (perto do Bondinho), Rio de Janeiro-RJ..Ateliê da Imagem Espaço Cultural no Rio de Janeiro.
Quem tem Olhos para ver que veja.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Corujão da poesia abafando na madrugada.
Quem não gosta de poesia bom sujeito não é.Poesia está em tudo.Não é apenas um freixo de palavras rimadas.Não é um luxo distante da realidade. A poesia se encontra espalhada em pequenas porções em nosso cotidiano.Alguns momentos mais pungentes, outros mais doces, suaves. Mas entre a dramaticidade e a comédia a poesia está e é o mote da vida.
O Movimento do Corujão da Poesia (e da Música) no Rio de Janeiro entendeu que sem ela, não existe vida. Concordo plenamente, não existe viver sem criar.Criar é o pulso da vida.Como o próprio bombear de sangue nas veias, criar é preciso.Criar é tentar preencher a falta original, esta ausencia de sentido final que nós humanos temos como orfãos da existência.
E assim a cada quinze dias este povo das letras e sons se reune em locais especificos e especiais no Rio de Janeiro e em Niterói onde um microfone aberto está à espera de vozes para se pronunciarem em verso, em prosa e em melodias e sonoridades.
Assim mesmo: democratico, libertário.Qualquer um pode subir ao praticável e exalar sua poesia.
Magnifico. Necessário.Trata-se de um movimento essencial. E me pergunto, como perguntei já diante de vários fantasticos outros inventos do homem: Como vivemos até então sem isto? Parabéns ao seu mentor João Luis de Souza.
Um movimento que apesar de já ter seu tempo de estrada cresce mais a cada dia e merece ser divulgado.
Corujão da Poesia de Niterói
Segunda-feira, o encontro é quinzenal.
Local: Conversa Fiada Botequim
Av. Quintino de Bocaiúva, 325 - Lojas 101 e 102
Praia de São Francisco
A partir de 20h30
Entrada franca
Esta segunda dia 29 de março as 20:30 corre na cidade de Niterói No Botequim Conversa Fiada em São Francisco , e terá n abertura a especial participação de Louise Hug com sua voz\ deliciosa numa ode ao mês das mulheres. Imperdível. Então pegue seu livro de poesia , seu banquinho, seu violão e compareça.
http://corujaopoesiaemusicaniteroi.blogspot.com/
O Movimento do Corujão da Poesia (e da Música) no Rio de Janeiro entendeu que sem ela, não existe vida. Concordo plenamente, não existe viver sem criar.Criar é o pulso da vida.Como o próprio bombear de sangue nas veias, criar é preciso.Criar é tentar preencher a falta original, esta ausencia de sentido final que nós humanos temos como orfãos da existência.
E assim a cada quinze dias este povo das letras e sons se reune em locais especificos e especiais no Rio de Janeiro e em Niterói onde um microfone aberto está à espera de vozes para se pronunciarem em verso, em prosa e em melodias e sonoridades.
Assim mesmo: democratico, libertário.Qualquer um pode subir ao praticável e exalar sua poesia.
Magnifico. Necessário.Trata-se de um movimento essencial. E me pergunto, como perguntei já diante de vários fantasticos outros inventos do homem: Como vivemos até então sem isto? Parabéns ao seu mentor João Luis de Souza.
Um movimento que apesar de já ter seu tempo de estrada cresce mais a cada dia e merece ser divulgado.
Corujão Leblon
Tradicional Corujão da PoesiaTodas as terças-feiras
a partir de 00h
Na Livraria Letras & Expressões Leblon
Rua Ataulfo de Paiva, 1292
Entrada franca.
Mesmo com feriados ou quaisquer outros eventos na cidade a programação é mantida.
Tradicional Corujão da PoesiaTodas as terças-feiras
a partir de 00h
Na Livraria Letras & Expressões Leblon
Rua Ataulfo de Paiva, 1292
Entrada franca.
Mesmo com feriados ou quaisquer outros eventos na cidade a programação é mantida.
Corujão Barra
O evento é quinzenal.
Na Livraria Nobel - Downtown
Avenida das Américas, 500
Bloco 21 - Loja 105
Barra da Tijuca
A partir das 20h.
Entrada franca.
O evento é quinzenal.
Na Livraria Nobel - Downtown
Avenida das Américas, 500
Bloco 21 - Loja 105
Barra da Tijuca
A partir das 20h.
Entrada franca.
Segunda-feira, o encontro é quinzenal.
Local: Conversa Fiada Botequim
Av. Quintino de Bocaiúva, 325 - Lojas 101 e 102
Praia de São Francisco
A partir de 20h30
Entrada franca
Esta segunda dia 29 de março as 20:30 corre na cidade de Niterói No Botequim Conversa Fiada em São Francisco , e terá n abertura a especial participação de Louise Hug com sua voz\ deliciosa numa ode ao mês das mulheres. Imperdível. Então pegue seu livro de poesia , seu banquinho, seu violão e compareça.
http://corujaopoesiaemusicaniteroi.blogspot.com/
quinta-feira, 11 de março de 2010
Que venha o Outono
Quando o verão volta pra sua casa?Já estou cansada de calor, suor.Preciso dos dias de chuva, das temperaturas amenas, dos sóis luminosos do outono e do inverno.
Cores maravilhosas pra se pintar e fotografar que só existem quando o sol tem a humildade de se inclinar um pouco.
Enquanto todos, incluindo a mídia falada ,escrita, televisiva e virtual tecem longas odes a chegada do verão eu me recolho nas sombras, buscando brisas, ventos, ventanias e de preferência tempestades.Pena que as de verão sejam tão fugidias.Aliás se bem me lembro, tudo no verão é assim mesmo, perecível ou feito perecer mas rápido pela exigência das altas temperaturas.
Até o tal de amor de verão cantado em verso e prosa morre rápido, acredito que sufocado pelo excesso de fogo.
Assim invoco o outono
Que os deuses da chuva façam sua chegada triunfal,
Que as luzes da ribalta natural se abatam,
Que as temperaturas se tornem plausíveis!
Que os amores fugazes se desvaneçam no ultimo vapor que se eleva das calçadas!
Que os mares resfriem nas regatas outonais e os gatos lambam suas caras satisfeitos.
Ode ao Outono
I
Estação de brumas e de prosperidade,Cúmplice e amiga íntima do sol maturador;Com ele conspirando a fim de proteger e abençoarAs uvas nos vinhedos que se dispersam sobre as parreiras;Curvar sob o peso das maçãs, as macieiras, Sazonar todos os frutos até o âmago; Intumescer as abóboras e deixar cair, fendidas, as avelãsCujas expostas amêndoas farão brotar outras mais, E mais ainda: suas flores serão a fonte do doce produto das abelhas,Pois enquanto não cessarem os dias de calor, sua faina nunca acabará, E o Verão encontrará as colméias abarrotadas de doçura.
II
Quem ainda não te viu, freqüentemente, envolta pela opulência? Às vezes, qualquer pessoa abandona seu próprio lar a fim de ir ao encontro De ti, e sentar-se descuidada no chão do teu celeiro,Sobre a tênue folhagem oscilante sob a ventania;Ou até mesmo sulcar o terreno, subtraindo a vegetação e adormecer, Entorpecida pelos vapores das papoulas, enquanto tu tentas desviarO próximo golpe, a fim de poupar o renque seguinte com todas as suas geminadas flores;Outras vezes, qual diligente lavrador, procuras resguardar Com afinco, a tua obra majestosa, socorrendo-se dalgum regato;Até que afinal somente te reste, sob um lutuoso cipreste, Observar, com tristeza, os últimos limos a esvair-se lentamente.
III
Onde estarão as canções da Primavera? Ó onde estarão? Não. Não penses nelas; tu também possuis a tua própria música, Pois enquanto escuras nuvens prenunciam o suave fenecer do dia,E esmaece o colorido das flores nas campinas, Um lamentoso coro de pequeninas mariposas Surgirá entre rios e salgueiros,Ou então, mergulhando na luminosidade, sobreviverá ou morrerá; Mas restará o balido das ovelhas à margem dos riachos das colinas; Ou o cantar dos grilos; e agora, com mais vigor ainda, Os tordos sibilarão de uma chácara abandonada;
Que as brisas noturnas nos arrepiem
John Keats (1795 -1821)
segunda-feira, 8 de março de 2010
Tudo novo de novo
Ai está: primeiro dia de aula,trote,caloura.Inicia-se tudo de novo.E assim as mães modernas que se auto-restauram no seu cotidiano tresloucado, tem opção de se renovar em uma nova modalidade: mãe de caloura universitária.É dificil não ser nostálgica mas, pensando bem, aqui é necessário e me permito ser.
Os filhos, para nosso aturdido espanto crescem.E aparecem.E desaparecem. Num Fort-da desconcertante.Somem de nossas vistas, gradativamente.Tomam seu rumo.
O primeiro dia de aula do maternal ficou lá no fundo da retina e numa tênue linha do horizonte avisto sua minuscula figura de merendeira na mão e maria-chiquinha. Figurinha que me deixou na mão do lado de fora e nem ligou pra mim.Lá se foi pra sala e nem voltou mais,pedindo a presença da mãe. E eu fiquei, e pelo andar da carruagem vou ficar cada vez mais.Até o dia em que em meio a esta coisa ininterrupta que é a vida eu me torne de novo necessaria. Por enquanto sou apenas coadjuvante, aliás codjuvante somos todas nós mães, se tivermos noção real de nossa função.
Sou apenas algo como uma admiradora secreta que apenas silenciosamente observa os passos de sua preferida.Eu, mãe descolada que já vivi muito, que já passei por poucas e boas, que já fiz muitas bobagens e cometi muitos erros, descobri que fiquei defasada. Minhas idéias de repente se tornaram ultrapassadas embora atualíssimas e para indignação de alguns, até mesmo avançadas demais. Toda e qualquer sugestão de mãe quando se tem dezoito anos parece particularmente idiota.E mesmo que não pareça fingimos que parece, fingimos não ouvir para podermos segui-la furtivamente como se fosse resolução pessoal.É, eu já tive dezoito anos, ja conheço as malandragens todas, e as bobeiras também. Que lastimavelmente são desnecessarias. Mas que acontecem. Viver deveria ter tecla de backward pra gente poder regravar .
Enfim estou saudosa da pequenina que me solicitava atenção quando eu desesperadamente lutava pela sobrevivência e achava que nunca era suficiente.Sina de mãe é se achar sempre faltosa.Hoje os papéis se inverteram.Mas aceito feliz porque sei que é assim mesmo e que é necessário se tornar obsoleta pra que a borboleta alce vôos colossais.
Os filhos, para nosso aturdido espanto crescem.E aparecem.E desaparecem. Num Fort-da desconcertante.Somem de nossas vistas, gradativamente.Tomam seu rumo.
O primeiro dia de aula do maternal ficou lá no fundo da retina e numa tênue linha do horizonte avisto sua minuscula figura de merendeira na mão e maria-chiquinha. Figurinha que me deixou na mão do lado de fora e nem ligou pra mim.Lá se foi pra sala e nem voltou mais,pedindo a presença da mãe. E eu fiquei, e pelo andar da carruagem vou ficar cada vez mais.Até o dia em que em meio a esta coisa ininterrupta que é a vida eu me torne de novo necessaria. Por enquanto sou apenas coadjuvante, aliás codjuvante somos todas nós mães, se tivermos noção real de nossa função.
Sou apenas algo como uma admiradora secreta que apenas silenciosamente observa os passos de sua preferida.Eu, mãe descolada que já vivi muito, que já passei por poucas e boas, que já fiz muitas bobagens e cometi muitos erros, descobri que fiquei defasada. Minhas idéias de repente se tornaram ultrapassadas embora atualíssimas e para indignação de alguns, até mesmo avançadas demais. Toda e qualquer sugestão de mãe quando se tem dezoito anos parece particularmente idiota.E mesmo que não pareça fingimos que parece, fingimos não ouvir para podermos segui-la furtivamente como se fosse resolução pessoal.É, eu já tive dezoito anos, ja conheço as malandragens todas, e as bobeiras também. Que lastimavelmente são desnecessarias. Mas que acontecem. Viver deveria ter tecla de backward pra gente poder regravar .
Enfim estou saudosa da pequenina que me solicitava atenção quando eu desesperadamente lutava pela sobrevivência e achava que nunca era suficiente.Sina de mãe é se achar sempre faltosa.Hoje os papéis se inverteram.Mas aceito feliz porque sei que é assim mesmo e que é necessário se tornar obsoleta pra que a borboleta alce vôos colossais.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
renovação
Mantiveram-nos durante muito tempo na alternativa: ou sereis indivíduos e pessoas, ou vos reunireis a um fundo anônimo e indiferençado. Nós descobrimos, todavia, um mundo de singularidades pré-individuais, impessoais. Elas não se reduzem aos indivíduos e nem às pessoas, e nem a um fundo sem diferença. São singularidades móveis, ladras e voadoras, que passam de um a outro, que arrombam, que formam anarquias coroadas, que habitam um espaço nômade."
Gilles Deleuze -
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